quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Nota sobre 'racha' no Congresso da JPT

Foto de Pedro Henrique M. da Silva

3º CONJPT – JUVENTUDE PETISTA DE ESQUERDA E SOCIALISTA

O Partido dos Trabalhadores é instrumento histórico de luta da classe trabalhadora, responsável por iniciar mudanças para melhor na vida do povo brasileiro, tornando realidade muitas das bandeiras históricas de todos aqueles e aquelas que sempre sonharam com um Brasil diferente.

Afirmamos a Juventude do PT como instrumento de organização e luta das/dos jovens petistas. Mas é preciso dizer que a democracia interna da JPT foi rompida durante o processo do Congresso da JPT e mais gravemente na Etapa Nacional. Um requisito básico da democracia é que a minoria tenha o direito de disputar para se tornar maioria por meio do debate, do convencimento e da fiscalização. Mas quando a maioria faz uso de todos os instrumentos e procedimentos para sufocar burocraticamente a democracia interna e se manter maioria, esse processo não é mais legitimo.

O momento de acirramento político-ideológico que nós vivemos no Brasil exige maior radicalidade do PT e da juventude do partido. A organização partidária é necessariamente um processo de construção de uma consciência política e quando a opção por uma estratégia conciliatória esvazia a consciência da urgência da luta pelo socialismo, é o partido que perde o seu potencial militante e revolucionário. Quando a construção de uma sociedade socialista livre de opressões de classe, raça, gênero e sexualidade deixa de ser a síntese da ação partidária, o conservadorismo e o fascismo avançam. A tarefa central para os e as jovens petistas é, portanto, mudar o PT!

Para cumprir essa tarefa é necessário que o próprio processo de organização da juventude do partido seja reconstruído. O amplo movimento organizado entre 2007 e 2011 para fortalecer o caráter democrático, militante, plural e socialista da JPT foi sistemática e burocraticamente bloqueado e desqualificado por setores da maioria partidária. Esse bloqueio afastou o nosso partido de uma relação ampla, viva, dinâmica, permeável com a juventude da classe trabalhadora, impedindo-nos de uma interação mais profunda com os valores políticos e os ativismos praticados pela atual geração de jovens. A consequência mais grave desse processo é que o atual modelo de organização da juventude petista tornou-se irrelevante ao partido e às lutas sociais, por não representar ampla e democraticamente o conjunto das juventudes que se organizam e debatem dentro e fora do Partido dos Trabalhadores.

Há uma crise de concepção e uma crise de direção. A nossa solução, portanto, é lançar nesse congresso um novo movimento democrático por uma nova juventude do PT que se soma ao desafio de mudar o partido, encampado por diversas correntes internas, e de ampliar a luta social contra o neoliberalismo e o conservadorismo.

Queremos construir uma Juventude do PT que se oriente pelas lutas da classe trabalhadora para mudar a política econômica neoliberal dirigida pelo Levy. Revisar esta política de alianças e derrotar esta política econômica é necessário para que a sua aplicação não derrote as enormes conquistas sociais e civilizatórias da classe trabalhadora obtidas nos últimos 12 anos. É necessário também enfrentar o golpismo, recuperando a referência do PT com a nossa base social e reconciliando com o programa eleito em outubro de 2014, onde jovens, mulheres, negros e negras são centrais na agenda do governo.

Queremos uma JPT que se oriente pela Primavera das Mulheres, pelo fim do extermínio da juventude negra, contra a redução da maioridade penal e contra toda a agenda de retrocessos nos direitos promovida por Eduardo Cunha e a sua bancada. Essas lutas se vinculam à nossa opção por uma sociedade socialista e democrática. Além disso, é inadmissível a permanência de Cunha na presidência da Câmara considerando o conjunto das provas da sua corrupção. O PT é responsável pela construção dos mais importantes mecanismos públicos de combate à corrupção sistêmica no país e, ao contrário dos partidos e líderes da direita neoliberal e conservadora afundados em diversos casos de corrupção, tem dever de exigir o Fora Cunha!

A juventude petista milita muito, está presente em diversas lutas e movimentos sociais e reivindica uma organização democrática, de massas, militante e socialista para a JPT. A compreensão dessa urgência é o que unifica e orienta as correntes que assinamos esse manifesto e lançamos o movimento da Juventude Petista. Convocamos a todos aqueles e aqueles jovens petistas que querem mudar a JPT a somarem nessa construção.

ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA

ARTICULAÇÃO UNIDADE DA LUTA/DF

AVANTE/SOCIALISMO XXI

ESQUERDA POPULAR E SOCIALISTA / NOVO RUMO

MENSAGEM AO PARTIDO

MILITANCIA SOCIALISTA

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