terça-feira, 16 de julho de 2013

Um mandato Socialista e Ecologista

Entrevista publicada no jornal Página 13 de julho


Deodato Ramalho, 56 anos, é advogado, bancário, natural de Boa Viagem, no Ceará. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores em 1987 e da militância na defesa dos direitos humanos chegou à luta ambiental. Exerceu cargos de Secretário da Prefeitura de Fortaleza durante os oito anos da gestão petista. Em 2012, foi eleito vereador da capital cearense, sendo atualmente líder da bancada do PT na Câmara Municipal. O Página 13* conversou com o vereador sobre a sua história política e sobre as suas metas como parlamentar. Confira:

Página 13: Como se deu o seu alinhamento com a Articulação de Esquerda (AE)?

Deodato Ramalho: Em toda a minha trajetória no PT, sempre fui independente, embora estivesse muito próximo às correntes mais à esquerda no partido. Desde que passei a trabalhar com o companheiro Rafael Tomyama, durante o período em que estivemos juntos na então Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano - SEMAM (2009-2012) e na campanha eleitoral de 2012, fui tendo mais contato com a AE. Foi um processo muito amadurecido, sempre tive muita admiração pelas lideranças nacionais da corrente, particularmente pelo Valter Pomar, pela história que teve no nosso partido, de muita coerência. São companheiros que, ainda que tenham ido para os governos, não se deixaram ser mordidos pela “mosca azul” do poder; continuaram caminhando nas lutas pelo aprofundamento da democracia e pelo socialismo - o que de mais bonito o PT construiu ao longo de sua história no país. Depois da eleição, fomos conversando, até que de fato confirmei minha entrada neste ano. Estreitei, com isso, os laços com companheiros com os quais há muito militava.

Ser membro da AE reflete no seu mandato?

Com certeza. Buscamos um mandato que guarde coerência e compromisso com os trabalhadores e com o socialismo. E que leve ao parlamento as nossas discussões como tendência do partido, tendo sempre como norte a radicalidade da democracia, que pressupõe envolver as esferas: política, econômica e social.

Qual a sua avaliação sobre as correntes em geral?

Correntes são algo extremamente positivo. O formato da vida partidária nossa sempre foi através das correntes de pensamento que fazem o arejamento das discussões. Elas sempre funcionaram no PT como combustível para a vida partidária intensa que o partido tem. Por outro lado, às vezes elas assumem tanta autonomia que acabam ficando maiores que o partido. Na verdade, o todo é quem tem que prevalecer. O partido é a pedra fundamental e as correntes são instrumento de construção do partido. Depois de muito refletir, acho que temos que fortalecer nossas correntes, no meu caso, a AE, para que o PT possa caminhar com coerência com a história do partido.

Como você avalia os primeiros meses de mandato como vereador?

Quando você chega ao parlamento e passa a ser parlamentar, apesar de ter acumulado experiência no Executivo, passa a ter compreensão maior do ponto de vista das limitações e das dificuldades. No entanto, asseguro que o que defendi quando fui militante social, é o mesmo que defendi quando fui gestor público e o mesmo que defendo agora, como vereador.

Sua linha propositiva está muito ligada às questões ambientais. Como o senhor tem trabalhado os projetos na área ambiental na Câmara?

Direcionamos o mandato nessas duas vertentes fundamentais: Direitos Humanos e Meio Ambiente. Temos dado foco nessa área ambiental, fruto do nosso trabalho na SEMAM, buscando compatibilizar as necessidades humanas como: alimentação, locomoção e moradia, com a preservação ambiental e a sustentabilidade.

Quais as suas principais proposições?

Nessa linha da sustentabilidade ambiental, os projetos mais importantes apresentados foram na área de planejamento urbano. Projetos como o IPTU Verde e a institucionalização do Fator Verde na construção civil de Fortaleza. Este resulta de uma experiência a partir de nosso intercâmbio com a Suécia, e que está dentro da linha de compatibilização das necessidades humanas com a preservação ambiental. São diversos itens de sustentabilidade (tetos verdes, energias alternativas, reuso de água, bicicletários, etc.) que podem ser adotados pelas empresas para melhorarem a qualidade sócio-ambiental de seus empreendimentos, com economia e, ao mesmo tempo, mantendo ou até ampliando a biodiversidade e os serviços ambientais.

Para conhecer as proposições do mandato, acesse: http://deodato.org.br/

*Colaborou: Alan Rodrigues

Clique para baixar o jornal Página 13 de julho na íntegra

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