Jornalistas, publicitários, radialistas, comunicadores populares e ativistas digitais se reúnem na próxima terça-feira, 29 de março, no “Encontro da Mídia Livre e Popular – Comunicadores pela Democracia”. A atividade acontece a partir das 18 horas, na sede da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (Rua Solon Pinheiro, 915 – José Bonifácio, Fortaleza).
O objetivo do encontro é fortalecer o movimento em defesa da democracia, do Estado Democrático de Direito e tomar ações contra o golpe jurídico-midiático, haja vista que, segundo os organizadores, a mídia corporativa brasileira age como incentivadora dos protestos a favor do impeachment da presidente Dilma e como relações-públicas dos partidos de oposição.
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A Justiça, por sua vez, se coloca a serviço da oposição, de forma escancarada, ao fazer julgamento seletivo, e divulgação de informações das investigações também de forma partidarizada. E tudo isso acontece enquanto o juiz Sérgio Moro, com respaldo da grande imprensa, testa os limites da institucionalidade.
Noutra frente, os profissionais de comunicação entendem como papel da mídia livre denunciar a viabilização ilegal do impeachment. Embora o afastamento do chefe do Executivo esteja previsto no artigo 85 da Constituição, a presidenta Dilma não tem um ato sequer que possa configurar crime de responsabilidade. Sem base legal, impeachment é golpe.
“Os interesses mercadológicos representados por esses veículos midiáticos são pró-impeachment e estão ligados à história da ditadura militar. Vivemos, definitivamente, um golpe paraguaio. Um golpe promovido pelas instituições, com ampla agitação midiática. Nós jornalistas, especialmente, sempre estivemos ao lado democracia e, enquanto categoria, vamos lutar para mantê-la”, avalia Samira de Castro, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), que integra a organização do evento.
Denunciar o monopólio da mídia
O evento também propõe o reforço da luta pela democratização das comunicações no Brasil, haja vista que o monopólio midiático no Brasil parece pouco modificado, 30 anos após a ditadura militar (1964-1985).
Segundo o Comitê do Ceará do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), o resultado de tamanha concentração – só a TV Globo aberta concentra 38% da audiência – é a permanente campanha para subverter as conquistas democráticas brasileiras.
Os donos das empresas de comunicação, muitos deles políticos de extrema direita em mandato, se opõem aos resultados das últimas eleições democráticas, marchando de forma enganadora sob uma bandeira anti-corrupção, situação bastante similar ao golpe de 1964. “De fato, muitos na direita do Brasil anseiam por uma restauração da ditadura, e grupos nesses protestos do “Fora Dilma” pediram abertamente pelo fim da democracia”, afirma Rafael Mesquita, secretário-geral do Sindjorce e integrante do Comitê cearense do FNDC.
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