quinta-feira, 8 de junho de 2017

Revista Esquerda Petista nº 7

Saiu a sétima edição da revista Esquerda Petista. Leia aqui


Editorial

O Partido precisa mudar

Esta edição da revista Esquerda Petista está circulando, em versão digital, na véspera do 6º Congresso Nacional do PT, convocado para os dias 1 a 3 de junho de 2017, em Brasília (Distrito Federal).

(...)

É fato que a maior parte da esquerda, dentro e fora do PT, viu-se obrigada a concentrar-se sua atenção em questões táticas de grande importância, inclusive estratégica, tais como as contrarreformas da previdência e trabalhista, a luta pelo Fora Temer e pelas Diretas Já, a defesa do Partido e de Lula contra a perseguição judicial etc.

Mas a crise causada pelas denúncias contra Aécio e Temer evidenciou, uma vez mais, a conexão entre as questões táticas e alguns dilemas estratégicos. Dentre estes dilemas, citamos um que nos parece fundamental: a crise que o país vive pode ser solucionada através de uma negociação entre as partes em conflito? Ou a crise que o país vive exige uma derrota profunda de uma das partes em conflito?

A julgar pelo que ocorreu até agora, o 6º Congresso do PT vai unificar o partido numa tática ofensiva de luta contra o golpismo. Esta é também a tendência que prevalece na Frente Brasil Popular, em cada uma de suas organizações, assim como na FPSM.

Mas este desdobramento tático só seria parcialmente suficiente, caso desse tudo ou quase tudo certo. Ou seja, caso conseguíssemos ampliar a unidade e a mobilização popular; impor derrotas ao golpismo, por exemplo no caso da previdência; manter a candidatura Lula, disputar e vencer as eleições.

Mas especialmente caso prevaleça uma situação em que soframos derrotas importantes (como o impedimento e a mudança no sistema político, além de derrotas na questão trabalhista e previdenciária), não bastará que tenhamos uma tática ofensiva contra o golpismo.

No caso do PT, é necessária uma reformulação profunda na orientação estratégica e na organicidade partidária. Há amplos setores do Partido disponíveis para este tipo de reformulação. Mas há, também, setores que não demonstram nenhuma disposição para isto, seja por fadiga de material, seja por degeneração ideológica, seja por dificuldade de lidar com a realidade.

As delações premiadas de João Santana e Monica Moura, bem como a anunciada, mas ainda não confirmada, delação premiada de Antonio Palocci, fazem parte desta realidade que deve ser enfrentada. Fica evidente que a promiscuidade com o grande capital produziu muitas deformações, que precisam ser compreendidas e superadas.

Noutras palavras, tanto em caso de derrota quanto em caso de vitória tática, o PT continuará sofrendo pressões imensas, internas e externas. A situação revolverá todas as atuais tendências e campos partidários, até que prevaleça uma nova maioria e uma orientação política.

O que exigirá, da parte de quem se dispõe a seguir lutando por isto, um imenso esforço de elaboração e uma imensa disposição de reorganizar o trabalho cotidiano, interno e de massas, tendo como diretriz fundamental recuperar nosso apoio junto a classe trabalhadora.

Para seguir contribuindo neste sentido, a tendência petista Articulação de Esquerda convocou, para os 24, 25 e 26 de novembro de 2017, seu 4º Congresso Nacional da tendência petista Articulação de Esquerda.

Com o mesmo propósito, a revista Esquerda Petista publica, nesta edição, uma longa entrevista com a presidenta Dilma Rousseff e, também, um artigo de balanço da Revolução Russa de 1917. Afinal, em momentos de crise, nada como voltar aos fundamentos.


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