quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Guarda alta, salto baixo e bandeira firme

A direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda aprovou a seguinte resolução, dirigida aos militantes e amigos da tendência

1. As pesquisas divulgadas nesta reta final despertaram uma enorme euforia na militância petista e no eleitorado de Dilma. A euforia é merecida. Afinal, contrariando os prognósticos do oligopólio da mídia, Dilma lidera e vence em todos os cenários, tanto de primeiro quanto de segundo turno.

2. Não devemos, contudo, praticar o erro cometido nas eleições presidenciais de 2006 e 2010. Embora seja possível uma vitória no primeiro turno, o mais provável é que a disputa seja resolvida apenas no segundo turno.

3. Por isto, ao mesmo tempo que colocamos em tensão todas as nossas forças com o objetivo de obter a maior votação possível no dia 5 de outubro, também devemos estar política, organizativa e psicologicamente preparados para mais três semanas de campanha.

4. Não devemos, tampouco, repetir o erro do início desta campanha presidencial de 2014, a saber, subestimar os adversários. Quem quer que vá ao segundo turno contra nós, contará com o apoio da extrema-direita, do oligopólio da mídia, da especulação financeira e de potências estrangeiras, vocalizando os interesses dos setores hegemônicos do grande capital, nacional e internacional. Nossos inimigos farão de tudo, legal ou ilegal, para tentar nos derrotar. Portanto, ocorrendo segundo turno, será uma guerra, não um passeio.

5. Neste espírito, não devemos cometer a ingenuidade de “escolher adversário”. Sempre haverá raciocínios e cálculos para todos os gostos e sabores, a apontar as debilidades e os pontos fortes de uma ou de outra candidatura oponente. Quem quer que seja, entretanto, não pode ocorrer nenhuma mudança na linha de campanha adotada depois de 13 de agosto, a saber: mobilização máxima, politização máxima e máxima polarização programática. Linha válida tanto para esta reta final do primeiro turno como para um possível segundo turno.

6. Cabe aos dirigentes partidários e coordenadores de campanhas eleitorais combinar a ofensiva dos próximos dias, com o planejamento e medidas preparatórias para os cenários do dia seguinte.

7. A militância deve estar preparada para iniciar a segunda-feira 6 de outubro trabalhando por nossas candidaturas a presidenta e a governador (onde estivermos no segundo turno).

8. Num segundo turno, sem prejuízo de movimentos que se façam no sentido de neutralizar ou ganhar outros setores políticos e sociais, nosso esforço fundamental deve ser o de manter e ampliar o voto junto à classe trabalhadora, em especial a juventude trabalhadora. Para este esforço ter êxito, reiteramos ser fundamental que tenha continuidade a correta guinada à esquerda dada pela campanha depois de 13 de agosto.

9. Desde já, mas também num segundo turno, devemos buscar o voto de toda a esquerda, de todas as forças democráticas e populares, de todos os setores progressistas, de todos aqueles que não participam ou são oposição ao governo encabeçado por nós, mas que não desejam uma restauração neoliberal.

10. Especialmente num segundo turno, o “programa mínimo” da oposição será o antipetismo. Para enfrentar o ódio e a desinformação, será preciso aliar a firmeza no combate aos inimigos com a paciência no diálogo com os setores populares que tem críticas a nós. Será necessário, também, estar especialmente atento para as agressões, armações e manipulações, a começar pelas pesquisas que devem sair logo após o primeiro turno.

11. Orientamos nossas candidaturas para que comuniquem à direção nacional, por escrito, do que necessitam para dar continuidade ao esforço de campanha durante o segundo turno.

12. Orientamos, também, nossas candidaturas a que deixem para novembro o balanço detalhado das eleições. Certamente será necessário um profundo balanço da situação geral do Partido, debilidades e diferenças. Mas o momento para fazer isto é depois de concluída a batalha presidencial e as batalhas pelos governos onde estivermos no segundo turno.

13. O povo brasileiro, a classe trabalhadora e a esquerda socialista estamos muito perto de conquistar mais uma importante vitória, reelegendo a presidenta Dilma Rousseff e criando as condições para um segundo mandato superior, alinhado com as reformas democráticas e populares. Mas para atingir estes objetivos será preciso, mais do que nunca manter a guarda alta, o salto baixo e fazer uma defesa firme de nossas bandeiras.

A Direção Nacional da Articulação de Esquerda
1 de outubro de 2014


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