terça-feira, 6 de setembro de 2016
Manifestações marcam o 7 de setembro
No feriado do "Dia da Independência" acontece todos os anos o Grito dos Excluídos, uma manifestação nacional contra o modo de produção capitalista, que gera profundas desigualdades sociais. Um sistema econômico que produz riquezas apropriadas por uma minoria dominante opulenta, enquanto a maioria do povo trabalhador se mantem explorado e à margem da participação política e do desenvolvimento social e econômico.
O protesto é realizado há mais de duas décadas pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com a organização de Pastorais Sociais, Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e organismos de Arquidioceses. Este ano o tema é Vida em Primeiro Lugar e o lema “Este sistema é insuportável: exclui, degrada, mata!” se baseia nas palavras do Papa Francisco, em seu pronunciamento na Bolívia.
Em entrevista coletiva realizada em 1° de setembro, ficou bastante evidente, por parte dos organizadores, a preocupação em denunciar a destituição da presidente eleita Dilma Rousseff, por meio de um golpe de Estado, a criminalização dos movimentos populares e as ameaças às conquistas sociais e à democracia no Brasil.
"Hoje, como o golpe é no Brasil, teremos perda de direitos historicamente conquistados. Isso vai aumentar diariamente o Grito. Hoje a produção da riqueza é social, mas a apropriação é privada. Teremos um desmonte da Previdência Social e a privatização de todas nossas estatais federais e estaduais, bens públicos que herdamos de uma luta histórica", disse Soniamara Maranhão, do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).
Além da pauta nacional, o Ato em Fortaleza trará também os temas do extermínio da juventude e dos problemas sócio-ambientais, como: como a falta de saneamento básico, a crise hídrica e a destinação de resíduos e reciclagem. A concentração se dará a partir das 8 horas da manhã, em frente à Escola Delma Hermínia (Av. Perimetral), na entrada da usina de reciclagem do Jangurussu. No Ceará, vão haver manifestações em: Crateús, Sobral, Crato, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte, Iguatu, entre outras cidades.
Lutar sempre. Temer jamais
Além do Grito dos Excluídos pela manhã, haverá também na capital um Grande Ato Fora Temer, a partir das 16h, na Av. Beira-Mar. A concentração vai acontecer na estátua Iracema Guardiã, junto ao Aterrinho. O protesto promete "organizar uma grande resistência contra o governo golpista". Confirme presença no evento no Facebook
Marcando a participação nos eventos, o mandato do vereador Deodato Ramalho reproduziu para distribuição a seguinte Nota:
Vida em Primeiro Lugar
7 de setembro está marcado nos livros de História como dia do "Grito da Independência". Há mais de duas décadas é, no entanto, o dia em que o povo levanta a voz contra uma falsa "independência" e para clamar por sua emancipação de um sistema opressor e excludente. "Este sistema é insuportável: Exclui, degrada, mata", no dizer do Papa Francisco, em discurso na Bolívia.
Deodato Ramalho, advogado e vereador, reconhecido como defensor dos direitos humanos e das causas populares, ao longo de sua vida sempre participou desta e de outras caminhadas do povo por direitos e cidadania. Vem assim, mais uma vez, testemunhar e solidarizar-se com "os de baixo" em marcha por justiça e vida digna. "É importante não perder o foco sobre o retrocesso liberal conservador em curso no país, por meio de um GOLPE de Estado, para fazer com que os pobres paguem a conta da crise econômica que afetam os negócios e as negociatas dos patrões", completou Deodato.
Especialmente neste momento em nosso país, a classe dominante e a maioria dos políticos que a representam, fazem um jogo perigoso de manipulação envolvendo a imprensa empresarial e o judiciário. A burguesia não tem pudor em destruir a própria DEMOCRACIA, conquistada com o sofrimento e o martírio de milhares de lutadores populares, para atingir seus objetivos: acobertar sua conivência com crimes de corrupção e seus interesses próprios de superexploração dos bens naturais e do povo trabalhador.
A política institucional está sequestrada pela agenda retrógrada golpista. O propósito é favorecer o capital financeiro internacional, especialmente dos EUA. E a crise da representatividade na política gera fenômenos contraditórios despolitizados e reacionários que ameaçam engolir a todos. É preciso fortalecer a consciência e a organização do meio popular para resistir a este processo e consolidar alternativas de democracia direta e participativa.
É preciso denunciar um sistema que cotidianamente massacra nosso povo, que assedia e violenta as mulheres, que não respeita a diversidade, que extermina os jovens, que polui as águas, as terras e elimina a biodiversidade e a sustentabilidade, que censura o pensamento crítico, que persegue e criminaliza as lideranças e organizações populares.
Por isso, além de denunciar a responsabilidade do capital por essa desigualdade social, em que se geram riquezas inimagináveis que são apropriadas por poucos e, ao mesmo tempo, as misérias de muitos, há que se evidenciar quem são os agentes dessa engrenagem que fabrica ilusões e tritura utopias.
A dominação se materializa nos interesses de sujeitos concretos, dos oligopólios e oligarquias hegemônicas, que fazem da política um jogo sórdido e demagógico, em que seus interesses particulares se sobrepõem ao que possa ser socialmente desejável e relevante para as comunidades.
A realidade local segue a mesma lógica. Os grupos econômicos buscam se infiltrar nos governos para manter seus privilégios. Para isso, enganam, intimidam e eliminam obstáculos a seus planos. Para este enfrentamento, precisamos de instrumentos coletivos para defender nossos direitos e conquistas.
Como parlamentar e militante político, Deodato nunca deixou de denunciar as injustiças e tem buscado exercer um mandato engajado e à serviço das lutas. "Fortaleza é uma cidade apartada socialmente, espacialmente. Mas há resistência. Por isso, (re)encontramos nas lutas dos movimentos sociais o sentido e os propósitos do autêntico projeto popular de transformações radicais e profundas na sociedade", conclui o vereador.
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