sábado, 20 de agosto de 2016

A estrela do PT


Nota da Direção Nacional da tendência petista Articulação de Esquerda aprovada nesta sexta-feira (19): 

“Bota essa estrela no peito, não tenha medo ou pudor...”

As eleições municipais de 2016 ocorrem num momento em que as forças reacionárias estão em campanha aberta para desmoralizar e interditar a esquerda, destruir os direitos sociais do povo brasileiro, limitar as liberdades democráticas, criminalizar e perseguir os movimentos sociais, aumentar a exploração, privatizar e concentrar ainda mais a riqueza, fazer nosso país regressar à uma política externa subalterna.

Entre os principais alvos desta ofensiva reacionária estão o Partido dos Trabalhadores e suas principais lideranças públicas. Pretendem com isso não apenas interditar o regresso da esquerda ao governo federal, mas também abafar os escândalos de corrupção que atingem as elites, fazendo do PT bode expiatório de todas as distorções do sistema político e das práticas corruptas de que os representantes da classe dominante sempre se serviram.

Isto coloca as campanhas eleitorais petistas diante de uma difícil situação: dialogar e ganhar o voto, num contexto em que o PT é criminalizado diariamente pela mídia golpista.

Frente a esta situação, muitas candidaturas escolheram fazer alianças com golpistas, municipalizar o discurso e esconder os símbolos partidários.

Estas opções oportunistas podem levar, aqui ou ali, a resultados eleitorais aparentemente vantajosos. Mas em nenhum caso tal conduta servirá para defender a classe trabalhadora do golpismo e da retirada de direitos.

As políticas participativas e distributivas derivadas do “modo petista de governar” estão sob ameaça de completa destruição, pelo desmonte e cortes de verbas das políticas sociais e de equidade, pelo avanço ideológico do conservadorismo autoritário, pela sabotagem pura e simples do golpismo reinante.

As alianças com o golpismo confundem a classe trabalhadora, passando a impressão de que seria possível avançar -- inclusive no âmbito das políticas públicas municipais -- sem combater e derrotar a reação que opera em âmbito nacional.

Pelo contrário, é fundamental compreender o que está em jogo: denunciar o golpismo é parte inseparável de contrapor-se às medidas neoliberais que visam aprofundar a exploração do capital retirando direitos do povo trabalhador. Direitos como aposentadoria digna e a legislação trabalhista estão sob ameaça no maior retrocesso desde o início da redemocratização do país.

De forma alguma o PT pode deixar de mostrar ao povo que constitui um golpe condenar a presidenta Dilma sem provas, seja para viabilizar o programa reacionário, seja para que os direitistas corruptos possam abafar as denúncias que os atingem. Tudo isso com a conivência de boa parte do judiciário e dos veículos de comunicação empresarial.

A municipalização do discurso significaria, na prática, aceitar calado os ataques cotidianos que o PT e a esquerda sofrem.

Esconder os símbolos do Partido, especialmente no caso de candidaturas muito conhecidas como petistas, é -- além do que já foi dito anteriormente -- subestimar a inteligência popular.

O anti-petismo é uma realidade. Furar o bloqueio para dialogar com o povo é uma necessidade. Denunciar o golpe e defender o partido é uma obrigação. Aliar-se com inimigos, rebaixar o debate político e esconder os símbolos partidários é uma falsa solução.

Não será a primeira nem a última vez na história em que a esquerda está sob ataque. Sobrevivemos e sobreviveremos se tivermos a linha política correta, sem nunca abrir mão da estrela do PT.


Direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda
18 de agosto de 2016


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