sexta-feira, 14 de junho de 2013
PT e Foro de São Paulo participam da XXI Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba
Secretário executivo do FSP, Valter Pomar, fala sobre o evento, eleições presidenciais em Honduras e El Salvador e outros temas da pauta internacional
O secretário executivo do Foro de São Paulo e dirigente do PT, Valter Pomar, participa na próxima sexta-feira (14) da Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba que ocorrerá na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Pomar também representará a direção nacional do Partido dos Trabalhadores nessa XXI Convenção Nacional, um movimento criado no Brasil para fazer a defesa da ilha que até hoje é vítima de bloqueio e agressão por parte dos Estados Unidos.
O dirigente também falou ao Portal do PT sobre a situação política atual em Honduras e El Salvador que terão eleições presidenciais. Segundo ele, a centro-esquerda hondurenha tem chances reais de vencer a disputa, enquanto em El Salvador a FMLN que governa o país lidera as pesquisas de opinião.
O secretário executivo abordou também as posições do Foro de São Paulo com relação aos cenários de crise financeira e política na Europa e o conflito bélico na Síria.
Leia abaixo a íntegra da entrevista:
Na próxima sexta-feira acontece em Foz do Iguaçu a Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba após a realização de várias plenárias estaduais. Você vai participar pelo Foro e pelo PT. Qual o objetivo desse movimento e qual mensagem política será transmitida para Cuba no atual momento?
Existe no Brasil um forte movimento de solidariedade a Cuba, por diversos motivos: porque Cuba foi e segue sendo solidária, porque Cuba é vítima de bloqueio e agressão por parte dos EUA, e também pelo que Cuba significa como projeto de sociedade. É este movimento de solidariedade, que vai muito além dos partidos de esquerda, que organiza as convenções de solidariedade. Esta é a XXI Convenção. A mensagem principal que vamos transmitir, em nome do PT, é a mesma que transmitimos quando uma delegação do Partido esteve na Ilha em abril-maio deste ano: contem conosco para defender a soberania de Cuba. Defesa que se faz, é bom dizer, inclusive quando fazemos a defesa da qualidade dos médicos formados em Cuba.
Honduras terá eleição presidencial no dia 10 de novembro deste ano. Como está o quadro eleitoral no país?
As pesquisas indicam um quadro favorável à centro-esquerda. A candidata da centro-esquerda é a companheira Xiomara, cuja candidatura será oficializada na convenção do Partido Libre, no próximo domingo, 16 de junho. Estarei presente nesta Convenção. O objetivo é recuperar pelo voto o governo que nos tomaram através de um golpe. Evidentemente, a direita e os Estados Unidos, que foram cúmplices ativos do golpe, farão de tudo para impedir a vitória de Xiomara. A esquerda hondurenha tem denunciado a ação de grupos paramilitares e ameaças de fraude. Nos cabe apoiar, inclusive divulgando ao máximo o que está ocorrendo lá.
Você esteve em El Salvador no início de junho, onde manteve várias reuniões com dirigentes da FMLN e com o presidente Maurício Funes e Vanda Pignato. Lá também haverá eleição presidencial este ano. Como avalia o cenário político em El Salvador e as chances de uma nova vitória da FMLN na disputa?
O candidato da FMLN é Salvador Sanchez Ceren, atual vice-presidente de El Salvador. Existem duas outras candidaturas: uma de um partido chamado Arena, que é de direita-direita-muito-de-direita; e outra candidatura, de centro-direita, do ex-presidente Saca. A FMLN lidera as pesquisas presidenciais, inclusive começa a aparecer vencendo as projeções de segundo turno. Um grande trunfo da FMLN são as realizações do governo Maurício Funes. Por exemplo o programa Cidade Mulher, dirigido pela Vanda Pignato, que durante anos foi militante petista e que hoje aparece nas pesquisas com uma popularidade superior a de Maurício. O ideal para a FMLN é vencer as eleições no primeiro turno, como fez Maurício, para evitar que no segundo turno os eleitorados da direita e da centro-direita se unifiquem contra nós. É bom dizer que as eleições hondurenhas, que são em novembro de 2013, vão influenciar as eleições de El Salvador, que são em fevereiro de 2014. É bom lembrar, também, que o governo de Maurício Funes é muito identificado com a experiência do governo Lula: vencer lá terá um significado especial para nós.
O Foro de São Paulo participou do seminário sobre migrantes em Santiago de Compostela, na Espanha. Qual a sua avaliação do evento?
O Foro vem implementando um trabalho de organização dos migrantes latinoamericanos e caribenhos, especialmente aqueles que vivem nos Estados Unidos e na Europa. No caso dos Estados Unidos, criamos recentemente a Secretaria EUA do Foro. No caso da Europa, o seminário sobre migrações foi exatamente uma iniciativa conjunta entre o Foro de SP, sua Secretaria Europa e o Partido da Esquerda Européia. As discussões do seminário foram bastante interessantes e podem ser vistas na internet, através do endereço http://forodesaopaulo.org/?p=2728
Qual a opinião do Foro de São Paulo sobre os vários protestos que continuam a ocorrer em países da Europa contra as medidas econômicas de austeridade adotadas diante da crise financeira? E as manifestações na Turquia?
O Foro de São Paulo não fez, ainda, uma discussão sobre os acontecimentos na Turquia. E, certamente, vão aparecer diferentes opiniões, sendo que no Foro tomamos o cuidado de não nos dividirmos em torno de temas extracontinentais. Da minha parte, acho importante chamar a atenção para o fato de que a situação naquela região só faz complicar-se, e que a ingerência externa é um dos fatores que tem pesado nisto. Quanto a Europa, o Foro de São Paulo tem destacado o óbvio: as políticas de austeridade prescritas pelo FMI não serviram para a América Latina e não vão servir para a Europa, exceto em benefício de uma minoria de financistas, privatistas e quetais.
O Foro continua acompanhando a grave crise na Síria, onde a guerra civil parece que ainda vai durar muito tempo. Qual a análise sobre o futuro do conflito?
Nossa opinião é que os conflitos entre os sírios devem ser resolvidos pelos sírios, através de meios pacíficos. A presença de armas, mercenários, inteligência e verbas de outros países estão transformando o conflito sírio num conflito militar internacional. A ingerência externa é, como já disse, um componente negativo e desagregador. As classes dominantes nos EUA e na Europa consideram que a Síria é o caminho para Teerã. E acreditam na guerra como fórmula quase universal para defender seus interesses privados. Parte da grande imprensa investe nisto, demonizando o governo sírio e o governo iraniano, para assim justificar a agressão externa. O desfecho disto pode ser uma catástrofe mundial. Por isto defender a paz é tão importante.
(Geraldo Ferreira – Portal do PT)
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