quinta-feira, 12 de maio de 2016

Manifestações sociais contra o golpe no Brasil


Na madrugada desta quinta-feira (12), o Senado aprovou por 55 votos contra 22 a admissão do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Em seguida, as principais representações da classe trabalhadora brasileira manifestam seu repúdio ao golpe e prometem lutar pela retomada da normalidade institucional democrática no país.

Nota do PT sobre a admissão do impeachment pelo Senado

COMUNICADO AO POVO BRASILEIRO

A admissão do processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, aprovada pelo Senado Federal, é a continuidade do golpe contra a democracia e a Constituição.

Mais uma vez em nossa história, as elites pisoteiam o voto popular, abrindo caminho para a imposição de um governo ilegítimo.

O país está sendo tomado de assalto pelos piores expoentes das oligarquias do poder, da mídia monopolizada e da plutocracia. Incapazes de vencer nas urnas, recorrem à farsa institucional para derrubar uma governante eleita pela maioria do povo brasileiro e que não cometeu qualquer crime.

O revés sofrido neste 11 de maio, perante as forças da infâmia, da traição e do golpismo, será respondido com redobrado ânimo de combate pela restauração constitucional e a absolvição da presidenta Dilma Rousseff, no julgamento de mérito que se realizará dentro de alguns meses.

O Partido dos Trabalhadores, ao lado dos demais integrantes da Frente Brasil Popular e da Frente Povo sem Medo, e em conjunto com todas as forças democráticas, continuará mobilizado nas ruas e instituições nacionais.

Estamos seguros de que os trabalhadores do campo e da cidade, os intelectuais progressistas, a juventude e as mulheres continuarão a cumprir seu papel de vanguarda na resistência pela legalidade.

Saberemos levar a todos os cantos do país o protesto contra a usurpação e o golpe.

Nossa mobilização, plural e unitária, vai muito além do apoio ao governo liderado por nosso partido. Acima de tudo, defendemos a ordem democrática e repudiamos o programa dos golpistas, que planejam arrochar salarios; reverter a política de reajustes do salário-mínimo; mexer com os direitos dos aposentados; anular vinculações constitucionais da saúde e da educação — enfim um programa regressivo, antipopular e antinacional.

Não descansaremos um só minuto até que a presidenta de todos os brasileiros, sufragada em eleições livres e diretas, retorne ao comando do Estado, como é a vontade soberana e constitucional do povo brasileiro.

Não ao golpe. Fora Temer!

Voltaremos!

Rui Falcão
Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores

Brasília, 12 de maio de 2016.


PT


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CUT: Não reconhecemos golpistas e seguiremos em luta por direitos

Não reconhecemos golpistas e seguiremos em luta por direitos

Em reunião plenária do Senado, realizada hoje, dia 11 de maio, foi aprovado por 55 votos favoráveis e 22 votos contra a admissibilidade do impeachment da Presidenta Dilma, que será afastada do cargo por um período de até 180 dias, para que o processo seja concluído. Chega-se, assim, aos momentos finais do mais infame golpe cometido contra a democracia brasileira, desde que ela foi reconquistada pelo povo brasileiro ao derrotar nos anos oitenta a ditadura militar.

A CUT vem protagonizando, junto com as forças democrático-populares, representadas pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, uma longa luta de resistência contra a iniciativa das forças conservadoras brasileiras que usam a farsa do impeachment para usurpar o poder conquistado nas urnas pela Presidenta Dilma, sem que ela tenha cometido nenhum crime de responsabilidade. Isto é golpe. Para dar a aparência de legitimidade a esta farsa, os senadores deram continuidade ao ritual prescrito pelo poder judiciário, aprovando a admissibilidade do impeachment e afastando temporariamente a Presidenta legitimamente eleita. Novamente, um colegiado em que parte dos membros é indiciada por de crime ou está sob investigação da justiça, condena uma inocente. Isto é inaceitável e mancha, de forma vergonhosa, nossa história republicana.

O golpe foi arquitetado pelas forças conservadoras, instigado pela mídia oligopolizada, financiado por empresários nacionais que querem retirar direitos da classe trabalhadora e por empresas multinacionais interessadas na privatização de empresas brasileiras e em nossas riquezas naturais, como o Pré-Sal, apoiado pelos setores reacionários da classe média com suas patéticas manifestações, formalizado pelo poder judiciário que definiu seu rito, conduzido na sua primeira fase de forma escandalosa pela Câmara dos Deputados e está sendo finalizado agora pelo Senado, cuja maioria capitula diante da pressão do poder econômico, tornando-se cúmplice da ruptura da ordem democrática. Ao contrário do que propala a grande mídia, de que nossas instituições continuam sólidas, a farsa do impeachment revela a que estágio de decomposição elas chegaram.

A CUT não reconhece o governo Temer e o condena como ilegítimo. Junto com as forças democrático-populares representadas pela FBP e pela FPSM, resistirá a toda e qualquer iniciativa que vise retirar direitos dos\as trabalhadores\as, precarizar as relações de trabalho, diminuir o investimento nas políticas sociais e piorar a qualidade das políticas públicas. Não aceitaremos que a classe trabalhadora e os setores mais pobres da população sejam onerados com mais sacrifícios.

Conclamamos nossas bases a resistir ao governo Temer. Lutamos até agora em defesa da democracia e continuaremos lutando para reconduzir o país ao Estado de Direito, ao regime democrático e para fortalecer o povo, de onde emana todo o poder, para efetuar a necessária reforma de nossas instituições políticas.


NÃO AO GOLPE! FORA TEMER! NÃO MEXAM EM NOSSOS DIREITOS!

DIREÇÃO EXECUTIVA DA CUT


CUT


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Nota do MST sobre afastamento da presidenta Dilma Roussef

Esse é um golpe institucional e anti-democrático, que desrespeitou a vontade de 54 milhões de eleitores.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público manifestar seu repúdio e inconformismo em relação à decisão do Senado Federal, dessa quinta-feira (12), de admitir o processo de Impeachment contra a Presidenta Dilma Roussef e afastá-la do cargo temporariamente. Temos certeza, como afirma o texto do processo, que a Presidenta não cometeu nenhum crime com as pedaladas fiscais. Se assim fosse, o processo deveria atingir também o vice que ora assume, Michel Temer, e o senador Anastasia, ex-governador de Minas.

Esse é um golpe institucional e anti-democrático que desrespeitou a vontade de 54 milhões de eleitores e foi orquestrado pelos setores mais conservadores da sociedade, em especial o empresariado neoliberal e subserviente aos interesses das empresas Estadunidenses. Um golpe sustentado por uma campanha permanente dos grandes meios de comunicação – em especial, a Rede Globo –, e pela ação seletiva e midiática de setores do poder judiciário.

O golpe referendado pelo Senado não desrespeita apenas a opinião da população sobre quem deve ser o Chefe de Estado, mas, como anunciado pelo Vice usurpador, pretende aplicar um programa recessivo, neoliberal, de tristes lembranças para o povo brasileiro nos tempos dos governos Collor-FHC. Ele será anti-popular e um retrocesso social que diversas vezes foi rejeitado pela maioria da população nas urnas. Incapazes de conviver com a democracia e de se submeterem a vontade popular, as elites afastam a Presidenta sem qualquer comprovação de crime, apenas para que seu projeto de cortes sociais, desemprego e privatização seja levado a cabo.

A “Ponte para a recessão”, do golpista Michel Temer, só levará à acentuação da crise social e econômica e ampliará a instabilidade política do país. O novo governo que se anuncia, por seu histórico, tampouco representa ruptura com os métodos corruptos, que todos denunciamos nas ruas.

Esperamos que o Senado se redima, quando tiver que julgar o mérito. E se assim não proceder, as forças partidárias democráticas e contrárias ao Golpe devem recorrer ao STF. A sociedade brasileira sabe que estamos enfrentando uma crise econômica, política, social e ambiental. Essa crise não se supera com golpes. Ela necessita de um amplo debate na sociedade que aglutine a maior parte das forças populares e sociais, para buscarmos construir um novo projeto de país que enfrente as crises.

Em relação à crise política instaurada, defendemos com os demais movimentos populares, que somente uma reforma política profunda, que devolva ao povo o direito de escolher seus representantes legítimos, pode ser uma saída verdadeira. O atual congresso não tem condições e nem vontade política. Daí a necessidade do senado aprovar a realização do plebiscito que dê ao povo o direito de convocar uma assembleia constituinte, que culmine numa reforma política com a realização de eleições gerais em condições democráticas.

O MST permanecerá mobilizado em defesa da democracia e dos direitos sociais, ao lado da Frente Brasil Popular e dos milhares de trabalhadores e trabalhadoras que não aceitarão o golpe. Seguiremos sempre em luta, contra o latifúndio e o agronegócio, pela reforma agrária popular e pelo direito constitucional de todos os trabalhadores rurais terem terra e vida digna no campo.


Não ao golpe! Fora Temer!

Coordenação Nacional do MST
Brasília, 12 de maio 2016


MST

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