domingo, 12 de fevereiro de 2017

Nova edição da revista Esquerda Petista


Para ler: Revista ESQUERDA PETISTA n° 6


Editorial

Entre fevereiro e outubro

Esta edição da revista Esquerda Petista começa a circular no aniversário de 37 anos do Partido dos Trabalhadores. A este tema dedicamos alguns textos, entre os quais uma síntese da tese que apresentamos nos debates preparatórios ao Sexto Congresso do Partido.

O PT está convocado a múltiplas tarefas: fazer um balanço da derrota, construir um novo programa e uma nova estratégia, reorganizar suas fileiras e definir o centro de sua tática. Em nossa opinião, uma questão central é a defesa da antecipação das eleições presidenciais.

Esquerda Petista traz vários artigos que debatem, direta e indiretamente, tais tarefas. É o caso dos artigos dedicados à análise da conjuntura internacional e nacional, nos quais se defende a candidatura de Lula.

Lula presidente da República, dizem alguns, é uma volta ao passado. Em certo sentido, é. Mas o golpe em curso no Brasil é o quê? Como demonstramos no dossiê sobre a questão agrária e o golpe, estamos num momento vintage. E cada qual escolhe que aspecto do passado prefere.

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Por falar em passado: no final de 1991, a bandeira da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi arriada no mastro onde estava hasteada, no Kremlin. No mundo inteiro, no Brasil e no PT, foram tempos para lembrar que, como tantas outras obras humanas, a Revolução Russa de Outubro de 1917 fora carregada de tragédias e crimes, lama e sangue, dor e violência, imperfeições e debilidades. E que nenhum processo histórico deve ser considerado irreversível.

Mas foram tempos também para defender, em certos momentos contra quase tudo e contra quase todos, que – diferentemente de outras obras humanas – a Revolução Russa de Outubro de 1917 fora um esforço titânico para materializar os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade. Metas algum dia compartilhadas pela burguesia, mas que desde há muito constituem parte do legado e patrimônio da classe trabalhadora.

Hoje, décadas depois do fim da URSS, parece mais evidente que a contribuição global da Revolução de Outubro de 1917 para a humanidade foi positiva. “Convicção” que pode ser sustentada com inúmeras “provas”, entre as quais a contribuição que a Revolução deu para a luta pelos direitos iguais para as mulheres; para a batalha por políticas públicas de saúde, educação, cultura, esportes, habitação e transporte; para a adoção do planejamento econômico; além da contribuição, direta e indireta, para a luta contra o imperialismo, o colonialismo, o racismo e o nazismo, a luta a favor da paz. E também, acima de tudo, a tentativa de superar o capitalismo e iniciar a transição socialista em direção a uma sociedade comunista.

Entre fevereiro e outubro, ficamos com este último. E também por isto dedicamos esta revista à vida e à luta de nosso companheiro e amigo Max Altman.

Os editores

P.S. Esta revista não seria possível sem a contribuição dos autores, de colaboradores que produziram entrevistas e outros textos (como Natália Sena e Pedro Pomar) e também de dois novos editores: Elisa Guaraná e Marcos Piccin.


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