domingo, 31 de julho de 2016

Stédile: luta pelo FORA TEMER na ordem do dia


De volta à Fortaleza, o coordenador do MST proferiu palestra sobre a conjuntura política

O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) esteve em Fortaleza na tarde desta terça-feira, 26, para fazer uma análise de conjuntura e tratar das discussões da Frente Brasil Popular (FBP) sobre as saídas para a crise política no país com o retorno de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República

A FBP congrega dezenas de movimentos sociais que lutam contra o golpe parlamentar, apoiado por setores dominantes do capital internacional, da mídia e do judiciário, para implantar uma restauração neoliberal e desmontar programas sociais e direitos conquistados pela classe trabalhadora. A palestra, seguida de debate com a participação do público, ocorreu no Centro de Formação Frei Humberto, em Fortaleza.

Stédile cumpriu agenda aqui, depois de uma manifestação de apoio à Dilma no dia anterior, com mais de 20 mil pessoas em Aracaju-SE. Pela manhã, fez palestra no 59° Congresso Nacional de Estudantes de Agronomia, sediado no campus da Universidade Federal do Ceará. Ele seguiu à noite para Curitiba, para participar da abertura da 15ª Jornada de Agroecologia do Paraná.

Posicionamento diante da conjuntura

Iniciando com uma breve retomada histórica do período da redemocratização do país, Stédile identifica o fim do ciclo de desenvolvimento que levou e manteve Lula e Dilma à frente do governo, que fora sustentado num pacto de classes, agora rompido pela crise econômica generalizada.

Na opinião dele, embora haja um debate sobre a convocação de um plebiscito que venha a ser proposto na volta de Dilma, esse não pode ser um condicionante para o retorno da presidenta afastada. “Vejo isso como uma admissão de derrota. E ela venceu as eleições de 2014”, pondera Stédile. Ainda conforme ele, o modelo de governança existente antes do golpe já saiu de cena e a conciliação com os partidos conservadores deve ficar para trás. “A volta dela no final de agosto é essencial para que seja preservada a democracia”, complementou.

Unidade tática

Ainda segundo João Pedro Stétile, Dilma está propensa à aceitar a proposta de apresentação de uma carta de compromisso com o povo brasileiro. Com isso, “a presidenta implementará um novo programa econômico e formará um ministério aberto a dialogar com a sociedade, composto por especialistas e gente comprometida com o povo”, enfatizou.

Ele também alertou que “é preciso que as esquerdas se unam em torno do ‘Fora Temer’.” Para ele, as manifestações gerais não arrefeceram, e sim ganharam a forma de movimentações por categorias profissionais. “Precisamos concentrar as manifestações mais próximo do fim do processo no Senado”, defendeu. Stédile concluiu reforçando a necessidade de se aumentar a pressão organizada sobre os votos dos senadores, para derrotar o golpe e retomar a democracia.

Assista o vídeo:



Filmado por Paulo Holanda / Imprensa Sindical

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