Editorial do Página 13 - fevereiro de 2013
Esta edição de Página 13 é dedicada ao aniversariante Partido dos Trabalhadores, que no dia 10 de fevereiro comemora seus 33 anos. Idade na qual a direita pretende nos crucificar.
É fundamental defender o PT. Mas é preciso deixar claro o que significa, para nós, defender o PT.
Defender o PT é manter nossos compromissos com a classe trabalhadora, com o socialismo, com as reformas estruturais, com um desenvolvimento democrático e popular, na luta contra o neoliberalismo e o capitalismo.
Defender o PT é atualizar nossa estratégia política, para a nova situação política aberta após 10 anos de governo federal encabeçado pelo PT, num contexto de crise internacional do capitalismo e de progresso da integração regional.
Defender o PT é recuperar nossa capacidade de fazer luta política e social cotidiana, não apenas nem principalmente em anos pares, nos processos eleitorais, governos e mandatos parlamentares.
Defender o PT é governar, em benefício do povo, o Brasil, os estados e municípios que dirigimos. E implementar mandatos legislativos combativos, que não se curvem ao cretinismo parlamentar e ao fisiologismo tão hegemônicos neste meio.
Defender o PT é levantar bem alto as bandeiras da reforma política e da democratização da comunicação social. E demonstrar nosso compromisso prático com estas bandeiras, garantindo a autonomia financeira do Partido e criando nosso jornal diário e outros meios próprios de comunicação.
Defender o PT é construir um partido democrático, militante e de massas, baseado num projeto coletivo, nunca uma somatória de interesses individuais, onde uns se acham com mais direitos do que os outros. Um partido que saiba construir o futuro, que tenha muito mais que um grande passado pela frente.
Defender o PT é manter uma relação de honestidade política com a classe trabalhadora. O que inclui reconhecer e corrigir, sempre que necessário, os erros coletivos ou individuais cometidos por filiados ao PT.
Defender o PT é denunciar que o julgamento da Ação Penal 470 atropelou diversos quesitos indispensáveis para a legalidade e legitimidade da Justiça. A alguns dos acusados petistas, nem mesmo a lei foi garantida.
Defender o PT é criticar o STF, prestar e seguir prestando a solidariedade devida aos condenados. Mas não confundir sua defesa, com a defesa do PT. Nem abrir mão de exigir as devidas autocríticas, daqueles que facilitaram –por exemplo, com sua associação com o criminoso tucano Marcos Valério-- os ataques que a direita faz hoje ao PT.
Defender o PT é considerar que os inocentes tem o direito e o dever de se defender. E ninguém deve pedir autorização para ser solidário com quem julga vítima de uma violência. Depois de deixar isso bem claro, não custa lembrar: consideramos um erro político transformar em centro da tática o tema do julgamento; e um erro ainda maior conferir protagonismo aos condenados, nas ações em defesa do PT. Para se defender, o PT não pode ficar na defensiva, nem facilitar os ataques de nossos inimigos.
Defender o PT é uma necessidade, sempre. Em 2013, ainda mais necessário. É o que deve fazer cada militante petista e o que fazem as chapas e candidaturas petistas com que disputamos o processo de eleição direta das direções partidárias, bem como os debates do quinto congresso partidário, no ano de 2014.
Os editores
Publicado no sítio Página 13
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