Portal do IG publica informação incorreta sobre eleições internas do PT
A coluna Poder Online, editada por Clarissa Oliveira, Juliana Granjeia e Marcel Frota, publicou nesta terça-feira, 26 de fevereiro, uma informação incorreta acerca das eleições internas que o PT realizará em novembro deste ano
Segundo a coluna do IG, as “Correntes do PT avançam na negociação de candidatura contra Rui Falcão”.
O texto fala o seguinte: Avançou no PT a negociação para a formação de uma candidatura para disputar a presidência do partido, contra o atual detentor do cargo, Rui Falcão. As correntes Mensagem ao Partido e Articulação de Esquerda já conseguiram abrir um diálogo com o grupo Movimento PT para tentar uma união para a eleição interna marcada para novembro. Por enquanto, petistas ainda enxergam uma chance reduzida de o Movimento PT aderir à chapa. Se isso ocorrer, o nome escolhido para enfrentar Falcão teria uma candidatura muito mais competitiva. Até a semana passada, falava-se principalmente nos nomes do deputado Paulo Teixeira e do ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra para encabeçar a chapa. Nesta semana, começou a circular também o nome de Raul Pont (PT-RS).
O mesmo texto traz um link para outra matéria, que afirma o seguinte: Um grupo de petistas começou a articular nos bastidores a formação de uma chapa que reúna várias correntes em torno de uma candidatura única para rivalizar com o atual presidente Rui Falcão. Com o apoio do ex-presidente Lula e da ala majoritária do PT, Falcão disputará mais um mandato na presidência do PT na eleição interna marcada para novembro. A corrente Mensagem ao Partido vem tratando do assunto silenciosamente com a Articulação de Esquerda. A primeira é capitaneada pelo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. A segunda é um dos mais tradicionais grupos da chamada “esquerda petista” e, nas últimas eleições internas, teve como candidato o ex-secretário da sigla Valter Pomar. A Mensagem cita dois possíveis nomes para encabeçar a chapa – o deputado Paulo Teixeira e o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra. Juntas, as duas correntes dificilmente teriam força para rivalizar com Falcão. Mas os mais ambiciosos falam em tentar atrair também o grupo Movimento PT, integrado por nomes como o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia e a ministra Maria do Rosário. Aliados estimam que o atual presidente do PT tenha algo em torno de 60% dos votos no diretório nacional petista. Estão com o deputado os grupos Construindo um Novo Brasil, PT de Luta e de Massa e Novo Rumo para o PT.
Um terceiro link afirma que a corrente petista Mensagem ao Partido marcou para o próximo dia 22 de março uma reunião na qual vai definir se lançará um candidato à presidência do partido na eleição interna marcada para novembro. A corrente fundada pelo hoje governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, tem dois possíveis nomes para a disputa: o deputado Paulo Teixeira (SP) e o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra. Se optar pela candidatura, o grupo vai se contrapor ao atual presidente Rui Falcão, que disputa a reeleição para a vaga com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ala majoritária do PT, composta pelos grupos Construindo um Novo Brasil (CNB), Novo Rumo para o PT e PT de Luta e de Massa.
Tudo indica que os autores da nota acreditaram nas suas fontes, deixando de ouvir parte dos que são citados. No caso específico da Articulação de Esquerda, cujas posições são públicas e encontram-se disponíveis neste site (www.pagina13.org.br), não cometeríamos o equívoco de negociar candidatura e chapa “contra” alguém. E não por mera formalidade ou protocolo.
A questão é que só participaríamos de chapa e candidatura com outros setores do Partido, se fosse com base num programa comum. E, como sabe todo mundo que acompanha a vida partidária, as posições defendidas pelas tendências Mensagem e Movimento PT são distintas das nossas. Assim como são distintas as nossas posições e as posições defendidas pelo setor que apoia a candidatura de Rui Falcão, especialmente a tendência Construindo um Novo Brasil.
Por isto, ao menos no caso da Articulação de Esquerda, falar de chapa e/ou de candidatura com qualquer outra tendência, suporia um debate preliminar acerca da estratégia, da tática e do funcionamento do Partido, que pudesse convergir para uma posição comum. E no caso das tendências citadas na nota, este debate simplesmente não existiu.
Vale dizer que a Articulação de Esquerda decidiu, em reunião realizada em novembro de 2012, cujas deliberações como já se disse são públicas e publicadas, que reunir-se-á com absolutamente todas as tendências e setores partidários, para apresentar nossas posições, exatamente para verificar pontos de convergência que, mesmo não resultando em chapas e candidaturas comuns, contribuam para o fortalecimento do Partido dos Trabalhadores.
Mas, até agora, as respectivas reuniões entre a direção nacional da AE e as direções da Mensagem e do Movimento PT não foram nem mesmo agendadas.
Portanto, a notícia publicada no IG simplesmente não procede. Até porque, da mesma forma como nos recusamos a participar de “chapas únicas”, tampouco aceitaríamos participar de chapas “contra”, cujo único efeito prático seria empobrecer o debate de que o PT está tão necessitado. Para este debate qualificado, capaz de construir alternativas programáticas, estratégicas, táticas e organizativas para o PT, a Articulação de Esquerda está, como sempre estivemos, à disposição.
Direção Nacional da Articulação de Esquerda
26 de fevereiro de 2013
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