quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Queremos botar a UNE na rua!

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Durante os dias 18 á 21 de Janeiro, a União Nacional dos Estudantes, mais uma vez demonstrando sua força e capilaridade nas universidades brasileiras, reuniu em Recife, na UFPE, mais de 3.500 estudantes para o seu 14° CONEB – Conselho Nacional de Entidades de Base que teve como tema central a construção do nosso projeto de Reforma Universitária.

Fomos á Recife com a bagagem cheia de expectativas, seja porque a importância dos Centros e Diretórios Acadêmicos na rede do movimento estudantil fazem do CONEB o espaço da UNE com maior riqueza de debates, seja porque o momento político exigia de nossa entidade uma maior reflexão sobre a universidade brasileira.

Defendemos que a UNE e o movimento estudantil nacional saia das amarras de ser pautado e dividido pelos programas governamentais para inaugurar um novo momento no movimento estudantil brasileiro. Para isto precisa de forma democrática, politizada e unitária apresentar ao conjunto da sociedade um completo e profundo programa de Reforma Universitária. O CONEB teve este desafio.

Neste CONEB tivemos um significativo avanço político e organizativo se comparado com os CONEB’s de Salvador (2009) e Rio de Janeiro (2011). Mesmo se repetindo os corriqueiros problemas de estrutura de alojamento e banho, em especial para a oposição, a programação política foi mantida. Os espaços ocorreram no horário; tivemos boa diversidade de pensamento na composição das mesas; a programação foi descentralizada em um número maior de debates de forma que mais estudantes pudessem participar e os GD’s funcionaram ainda que em horários de pouca participação. 

Ainda sim, mantemos nossa firme posição contrária ao CONEB ser realizado conjuntamente com a Bienal de Arte e Cultura. Fazer isto esvazia ás duas atividades; cansa os participantes e torna a programação muito extensa além de não envolver os artistas e militantes culturais na rede tradicional do movimento estudantil representada no CONEB. Ademais, repudiamos a divulgação priorizando a Bienal e sem ou com pouca menção ao CONEB, como foi feito no jornal da UNE e nas chamadas na Rede Globo.

Na política tivemos um debate em alto nível e a plenária final nos apresentou interessantes surpresas que podem ensejar em algumas novidades para o próximo Congresso da UNE.

Na resolução sobre Movimento Estudantil, nós da Juventude da Articulação de Esquerda/Reconquistar a UNE em conjunto com os companheiros dos Coletivos Quilombo, Mudança e Levante Popular da Juventude nos apresentamos enquanto alternativa de direção ao atual campo majoritário de forma a recolocar a UNE nos trilhos da combatividade  através de uma resolução fundamentada nos seguintes princípios: fortalecimento da democracia interna da UNE; criação de mecanismos de comunicação que cheguem a base do movimento; maior transparência na condução das finanças e total independência perante Governos e Partidos.

Tal postura conseqüente e que dialoga com os anseios de boa parte dos estudantes presente ao Conselho surtiu bons efeitos. Foi este campo, e não mais a dita Oposição de Esquerda (PSOL e PCR) que conseguiu força e política suficiente para polarizar com o campo majoritário.

De nossa parte pretendemos continuar com a construção e o fortalecimento deste campo popular, mesmo cientes de seus limites e dificuldades. Limites e dificuldades estes que se mostraram na votação da resolução sobre Educação e Reforma Universitária, onde o campo popular não se repetiu e votamos sozinhos nossa proposta.

Não apresentamos uma proposta de resolução alternativa apenas para demarcar com o campo majoritário, mas sim por entendermos que a polarização entre o campo majoritário e a oposição de esquerda não contempla a imensa diversidade do movimento estudantil; por não mais nos interessar o falso consenso, ou apenas ter resoluções avançadas no papel e por entendermos que havia pontos cruciais como o projeto de universidade democrática e popular que não estava contemplado na proposta aprovada.

Após mais um CONEB, temos a convicção que continua viva e latente a necessidade da construção de uma alternativa de direção ao campo majoritário que faça com que nossa entidade nacional cumpra um papel ainda mais ativo na organização dos estudantes, tornando o movimento estudantil num forte movimento de massas capaz de transformar a Universidade e o país.

Somos aqueles que acreditam ser possível mudar o Movimento Estudantil, a UNE e o Brasil. Acreditamos ser necessário no centro da própria engrenagem, inventar a contra-mola que resiste e Reconquistar a UNE para ás lutas e para os estudantes!


Publicado por Reconquistar a UNE

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