quinta-feira, 29 de março de 2012

A Verdadeira Verdade

Protesto contra comemoração de aniversário do golpe militar de 1964 termina em pancadaria no Rio

Foto: Luiz Roberto Lima / Futura Press

Um protesto contra um evento comemorativo do aniversário do golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil em 1964 terminou em choque com a Polícia Militar na tarde desta quinta-feira (29), em frente à sede do Clube Militar, na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro.

De acordo com o site do clube Militar, o evento “1964 - A Verdade” estava marcado para as 15h, no Salão Nobre da sede. Os painelistas convidados foram o jornalista Aristóteles Drummond, Dr. Heitor de Paola e o general Luiz Eduardo Rocha Paiva.

A manifestação foi convocada pelo cineasta Silvio Tendler, que teve sua mãe torturada durante a ditadura. No vídeo de convocação à manifestação, Tendler afirmou: “É inadmissível que exista gente que ainda hoje use espaços públicos para comemorar a implantação de uma ditadura que destruiu uma geração inteira no país. É uma manifestação pela liberdade, democracia e pelo direito de expressão”.

Repressão

Os manifestantes portavam faixas, bandeiras e fotos, acenderam velas em frente à entrada lateral do prédio e fizeram a leitura em voz alta dos nomes de mortos e desaparecidos durante o regime militar, pedindo a reabertura dos arquivos da época.

Segundo a vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais, Vitoria Grabois, a instalação da Comissão da Verdade é uma luta de, pelo menos, 30 anos. “O Brasil nunca puniu os torturadores da ditadura. A Comissão da Verdade só existe no papel, ela já foi sancionada em novembro de 2011, mas não tem nada de concreto, os integrantes ainda não foram definidos”, criticou.

A PM usou spray de pimenta, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral contra os manifestantes que haviam cercado e hostilizado os militares que passavam no local, gritando palavras de ordem como: "Tortura, assassinato, não esquecemos 64" e "Milico, covarde, queremos a verdade", entre outras.



Além disso


Segundo o Levante Popular da Juventude, devido às ações diretas de "escracho" acontecidas esta semana, em que denunciam torturadores do regime militar, o movimento está sofrendo retaliações por meio de ataque ao seu site e dezenas de ameaças com o objetivo de tentar intimidar seus membros.


Em solidariedade ao Levante da Juventude e apoio à iniciativa dos jovens, começou a circular o abaixo-assinado "Pela garantia da liberdade de manifestação da nossa juventude". Para assinar acesse o Blog do Azenha.


Com informações das agências de notícias.

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