sábado, 19 de maio de 2012

Política Ambiental para Fortaleza

O jornal Página 13 publica nesta edição de maio uma entrevista com o Secretário Titular da Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano da Prefeitura de Fortaleza, Adalberto Alencar. Ele fala da sua história familiar de luta contra a ditadura que o levou ao exílio e do seu reencontro com o Brasil no engajamento militante da luta sócio-ambiental


P13. Qual a contribuição do PT para a pauta ambiental?

Só há pauta ambiental se houver uma gestão democrática. Não é bom ter uma gestão ambiental que seja antidemocrática, imposta. O primeiro aspecto da gestão Luizianne Lins é a proposta de gestão democrática da cidade, por meio da discussão entre trabalhadores, empresários, estudantes, professores e funcionários públicos. Além disso, há um comprometimento com as questões relacionadas à qualidade de vida de Fortaleza, como as lagoas e demais recursos hídricos. A Prefeita tem dado prioridade à urbanização desses espaços, compreendendo a questão ambiental como mais ampla, como o direito ao saneamento básico, à merenda escolar e a moradias. Temos um exemplo belíssimo: o Vila do Mar, que recuperou quase seis quilômetros de orla, fez um calçadão belíssimo. É a maior beira-mar de Fortaleza. Tudo isso com o diálogo com a população. Além disso, há nosso Plano Diretor, que envolveu milhares de pessoas durante meses e criou as bases para o planejamento urbano e para a questão sócio-ambiental de Fortaleza.

P13. É possível a construção de uma cidade que tenha desenvolvimento econômico, aliada à questão ambiental?

Não só é possível, como não temos outro caminho. Vai crescer a população que mora em áreas urbanas e isso faz uma pressão sobre a biodiversidade e os serviços ambientais colocados nessa área. Dados de São Paulo apontam que quatro mil pessoas morrem por ano por causa da poluição atmosférica, mais do que outras doenças. A cobertura florestal é fundamental ao seqüestro de carbono, à qualidade do ar. O maior PIB que temos em Fortaleza é o mar. Ele gera uma atividade econômica para os moradores, além de lazer e bem-estar. À medida que essa orla é destruída, todos esses serviços ambientais dessa economia também estão comprometidos. É uma necessidade de se ter uma cidade mais compacta, mais adensada, com mais qualidade de vida e com mais serviços ambientais.

P13. Qual a sua avaliação da Rio +20?

Uma grande possibilidade num momento de concretização de algo que não conseguimos, desde a Rio 92. É um outro momento histórico. Acho que não sairão os acordos definitivos, mas é uma oportunidade única de discutir questões sociais, o combate à miséria, preservação ambiental, a questão econômica e, principalmente, o compromisso do setor público e do setor privado e dos setores organizados. E é importante para o Brasil, pois acontece no nosso País. Aqui em Fortaleza temos a nossa Conferência, até o final de maio.


Leia a entrevista completa no Página 13 de maio


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