segunda-feira, 7 de maio de 2012
Viva Hollande, adeus Sarko
Por Gianni Carta
O voto em François Hollande revela a esperança de que a austeridade não é a única solução para tirar a União Europeia (UE) da crise. Disciplina financeira, como diz o presidente eleito, é necessária, mas é preciso também fomentar o crescimento. Com Hollande venceu a justiça, a igualdade, o humanismo – o individualismo perdeu. Hollande, de 57 anos, é o primeiro socialista a vencer um pleito presidencial desde François Mitterrand, em 1981.
O mundo está de olho na França porque aquele país é o berço da integração europeia. Ao vencer com quase 52% dos votos, ante os 48% para o incumbente Nicolas Sarkozy, os franceses deixaram claro que não querem outros países a ditar seu futuro. No caso, o país a impor regras rigorosas é a Alemanha. Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã, Angela Merkel, firmaram um pacto fiscal a pregar somente o rigor fiscal para tirar a UE da crise.
Hollande quer inovar, achar uma saída para as medidas draconianas impostas pela Alemanha. O caminho pela frente, é óbvio, está repleto de obstáculos. No quinquênio de Sarko a dívida pública subiu para 600 bilhões de euros, a França teve a nota de credito rebaixada em 1 grau, o déficit público atingiu 70 bilhões de euros e o nível de desemprego chegou a 10,1%.
O presidente eleito, da ala moderada do Partido Socialista Francês (PSF), fez promessas em sintonia com a ideologia de sua legenda: cortes de 30% nos salários do presidente e ministros; aumento de 25% nos benefícios para crianças nas escolas; congelamento de preços de gasolina durante três meses; redução da idade de aposentadoria para funcionários de certos setores; aumento do salário mínimo a partir de 1 de julho; aqueles a amealhar salário anual acima de 1 milhão de euros pagarão impostos na faixa dos 75%.
Em termos de política exterior, Hollande anunciará ao presidente norte-americano Barack Obama na reunião de vértice da Otan, em maio, que as tropas francesas serão retiradas do Afeganistão no final de 2012, um ano antes do previsto.
(...)
Leia o artigo completo na CartaCapital
Foto: Partido Socialista Francês
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